terça-feira, 29 de novembro de 2011

Satisfação Garantida!

Uau! O livro de Tony Hsieh é interessantíssimo! Muito rico em informações, que reforçam a importância de se fazer o que gosta, mostrando o caminho da paixão e do lucro. Não há limites para novas experiências, muito menos para testar novas ideias. É um livro feito para empreendedores, investidores e pessoas que querem se desenvolver e tornar seu ambiente de trabalho melhor. Repleto de dicas que todos podem usufruir, "Satisfação Garantida" precisa estar na biblioteca de toda empresa. Esta obra transformará a cultura do seu ambiente de trabalho e ajudará a construir sua marca!
Livro: Satisfação Garantida. No caminho do lucro e da paixão
Autor: Tony Hsieh
Editora: Thomas Nelson Brasil
Páginas: 304 páginas 
Valor: R$ 39,90
 

Pedidos: (41) 3264-3484 ou chain@onda.com.br


Tirinha

Formação para a vida

Um jovem príncipe, herdeiro de um grande reino, toda manhã, ao despertar, recebia uma lista de tarefas que devia cumprir. Tarefas que o deixavam muito zangado, porque iam desde limpar os seus sapatos e vestes reais, organizar brinquedos e jogos, até lavar e escovar seu cavalo e organizar o seu quarto.

Embora não gostasse, em respeito a seu pai, o rei, ele obedecia. No palácio, onde vivia, existiam muitos criados prontos para executar todas as tarefas. Por isso mesmo é que o príncipe não entendia porque ele mesmo tinha que limpar os seus sapatos. Certo dia, ele foi convidado a visitar um pequeno reino para conhecer um príncipe de sua idade, com o intuito de estreitar amizade.

O contato com o herdeiro daquele reino fez o jovem príncipe pensar ainda mais em como ele era injustiçado. Aquele príncipe tinha a seu serviço três servos. Até o banho era preparado por um deles. Nada de tarefas a cumprir. Era só dar ordens.

Quando voltou à sua casa, foi falar com seu pai:
-Não entendo porque o senhor faz isso comigo. Sou seu único filho e herdeiro. Por que devo cumprir tarefas? Devo ser motivo de risos entre todo o povo. Vi hoje, no reino vizinho, o que um verdadeiro herdeiro deve fazer: somente dar ordens.

O rei, paciente, perguntou ao filho:
-Como era o reino que você visitou? Era grande como o nosso?

-É claro que não, pai. É muito menor que o nosso, mais pobre, tem menos súditos e o castelo real é dez vezes menor que o nosso. Veja bem, pai: se num reino pobre, o príncipe pode ter três criados para servi-lo, porque eu, num reino tão rico, devo fazer trabalho de criado?

-Pois é, meu filho. Saiba que há anos atrás, o reino vizinho era vinte vezes maior do que o nosso. Nós crescemos, fomos ampliando e o reinado vizinho foi perdendo território. Seu avô sempre me dizia: “Se você não pode sequer limpar os próprios sapatos, como poderá cuidar de todo um reino? Se você não é capaz de organizar seu próprio quarto, como irá governar todo um povo?". As tarefas simples nos educam nos preparam para executar as maiores. Para comandar é preciso saber fazer. Até mesmo para exigir qualidade. Se você nunca lavou as próprias vestes, como saberá se o outro as lavou bem? Os seus antepassados foram comprando as terras do reino vizinho, que as perdeu por não saber administrar. Talvez falte ensinar aos príncipes herdeiros lições de humildade, da importância do trabalho simples, diário. O que me diz, filho amado?

O menino pensou um pouco, e declarou:
-Digo que tenho uma lista de tarefas para executar agora, e começarei limpando os sapatos que se sujaram de lama pelo caminho.

Não permita que seu filho se torne um incapaz, em razão do descaso em sua educação. Não o prepare para os tempos de facilidade e abastança, mas para os dias de necessidade e carência, de modo que a incapacidade não o mutile. Prepare-o na arte de auxiliar, de prestar colaboração, todos os dias. Logo mais, ele andará sem você pelos caminhos do mundo. Ensine-o a andar com seus próprios pés, seguro e confiante.

Fonte: Jornal "O Trabalhador"

sábado, 19 de novembro de 2011

Livro da Semana - "A Economia das Fraudes Inocentes"


Livro: A Economia das Fraudes Inocentes. Verdades para o nosso tempo
Autora: John Jenneth Galbraith
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 84 páginas
Valor: R$ 36,00

Pedidos: (41) 3264-3484 ou chain@onda.com.br


                              Este é um livro pessimista do mundo atual. O autor é um crítico enorme e faz distinção entre a teoria e a realidade econômica criada pela "sabedoria convencional": ideias e opiniões incorretas que são amplamente disseminadas e aceitas. Cada capítulo é dedicado a um caso de ideias que não correspondem à realidade.
                               Por exemplo, a ideia de que o poder das grandes empresas está nas mãos dos acionistas ou a de que as deliberações do Banco Central têm importância na economia. Tais noções inexatas são "fraudes inocentes", pois ninguém em particular pode ser responsabilizado por elas, já que decorrem quase sempre de ações não deliberadas ou até mesmo bem-intencionadas.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Droga psiquiátrica é veneno para crianças

     
      Primeira mulher a ocupar o cargo de editora-chefe no bicentenário "New England Journal of Medicine", a médica Marcia Angell já foi considerada pela revista "Time" uma das 25 personalidades mais influentes nos EUA.
      Desde 2004, Angell, 72, é conhecida como a mulher que tirou o sossego da indústria farmacêutica e de muitos médicos e pesquisadores que trabalham na área.
      Naquele ano, ela publicou a explosiva obra "A Verdade sobre os Laboratórios Farmacêuticos", que desnuda o mercado de medicamentos.
      Usando da experiência de duas décadas de trabalho no "NEJM", ela conta, por exemplo, como os laboratórios se afastaram de sua missão original de descobrir e fabricar remédios úteis para se transformar em gigantescas máquinas de marketing.
      Professora do Departamento de Medicina Social da Universidade Harvard, Angell é autora de vários artigos e livros que questionam a ética na prática e na pesquisa clínica. Tornou-se também uma crítica ferrenha do sistema de saúde americano.
      Tem se dedicado a escrever artigos alertando sobre o excesso de prescrição de drogas antipsicóticas, especialmente entre crianças. "Estamos dando veneno para as pessoas mais vulneráveis da sociedade", diz ela.
      Mãe de duas filhas e avó de gêmeos de oito meses, ela diz que recebe muitos convites para vir ao Brasil, mas se vê obrigada a recusá-los. "Não suporto a ideia de passar horas e horas dentro de um avião." A seguir, trechos da entrevista exclusiva que ela concedeu à Folha.

*
Folha - Houve alguma mudança no cenário dos conflitos de interesses entre médicos e indústria farmacêutica desde a publicação do seu livro?
Marcia Angell - Não. Os fatos continuam os mesmos. Talvez as pessoas estejam mais atentas. Há mais discussão, reportagens, livros, artigos acadêmicos sobre esses conflitos, então eles parecem estar mais sutis do que eram no passado. Mas é claro que as companhias farmacêuticas sempre encontram uma forma de manter o lucro.

E os pacientes? Algumas pesquisas mostram eles parecem não se importar muito com essas questões.
Em geral, os pacientes confiam cegamente nos seus médicos. Eles não querem ver esses problemas.
Além disso, as pessoas sempre acreditam que os medicamentos sejam muito mais eficazes do que eles realmente são. Até porque somente estudos positivos são projetados e publicados.
A mídia, os pacientes e mesmo muitos médicos acreditam no que esses estudos publicam. As pessoas creem que as drogas sejam mágicas. Para todas as doenças, para toda infelicidade, existe uma droga. A pessoa vai ao médico e o médico diz: "Você precisa perder peso, fazer mais exercícios". E a pessoa diz: "Eu prefiro o remédio".
E os médicos andam tão ocupados, as consultas são tão rápidas, que ele faz a prescrição. Os pacientes acham o médico sério, confiável, quando ele faz isso.
Pacientes têm de ser educados para o fato de que não existem soluções mágicas para os seus problemas. Drogas têm efeitos colaterais que, muitas vezes, são piores do que o problema de base.

A sra. tem escrito artigos sobre o excesso de prescrições na área da psiquiatria. Essa seria hoje uma das especialidades médicas mais conflituosas?
Penso que sim. Há hoje um evidente abuso na prescrição de drogas psiquiátricas, especialmente para crianças.
Crianças que têm problemas de comportamento ou problemas familiares vão até o médico e saem de lá com diagnóstico de transtorno bipolar, ou TDAH [transtorno de déficit de atenção e hiperatividade]. E é claro que tem o dedo da indústria estimulando os médicos a fazer mais e mais diagnósticos.
Às vezes, a criança chega a usar quatro, seis drogas diferentes porque uma dá muitos efeitos colaterais, a outra não reduz os sintomas e outras as deixam ainda mais doentes.
Drogas antipsicóticas estão claramente associadas ao diabetes e à síndrome metabólica. Estamos dando veneno para as pessoas mais vulneráveis da sociedade.
Pessoas que acham que isso não é assim tão terrível sempre argumentam comigo que essas crianças, em geral, chegaram a um estado tão ruim que algo precisa ser feito. Mas isso não é argumento.

Hoje, fala-se muito em medicina personalizada. Na oncologia, há uma aposta de que drogas desenvolvidas para grupos específicos de pacientes serão uma arma eficaz no combate ao câncer. A sra. acredita nessa possibilidade?
Para mim, isso é só propaganda. Não faz o menor sentido uma companhia farmacêutica desenvolver uma droga para um pequeno número de pessoas. E que sistema de saúde aguentaria pagar preços tão altos?

Algumas escolas de medicina nos EUA começaram a cortar subsídios da indústria farmacêutica e de equipamentos na educação médica continuada. No Brasil, essa dependência é ainda muito forte. É preciso eliminar por completo esse vínculo ou há uma chance de conciliar esses interesses?
Deve ser completamente eliminado. Professores pagam para fazer cursos de educação continuada, advogados fazem o mesmo, por que os médicos não podem? A diferença é que você não precisa ir a um resort no Havaí para ter educação médica continuada. É preciso pensar em modelos de capacitação mais modestos. E, com a internet, todos os países, mesmo os pobres ou em desenvolvimento, podem fazer isso. A educação médica não pode ser financiada por quem tem interesse comercial no conteúdo dessa educação.

Fonte: Folha de S. Paulo de 18 de outubro de 2011.

Bebês de até 2 anos não devem assistir TV

      A Associação Americana de Pediatria divulgou ontem um relatório em que sugere que crianças de até dois anos fiquem longe da televisão.
      De acordo com a associação, a TV distrai as crianças e substitui brincadeiras importantes para a compreensão das relações sociais, que acontece nessa fase.
      O desenvolvimento da coordenação motora e da fala também estaria prejudicado pelo uso intensivo de TV, além dos DVDs portáteis no carro, smartphones e tablets.
       Isso porque quanto menos um adulto conversa com a criança, pior é o desenvolvimento da sua fala.
"Quando a TV está ligada, os pais conversam menos", diz Ari Brown, da Associação Americana de Pediatria.
      Os prejuízos causados pela telinha aos menores de dois anos acontecem mesmo com os programas educativos. De acordo com a entidade norte-americana, esses programas não são compreendidos pelos pequenos.
      "Alguns executivos da mídia afirmam que programas educativos devem ser assistido com os pais para facilitar a interação social. Mas não está claro se isso acontece", escrevem os pesquisadores.
       O estudo foi publicado ontem na versão on-line da revista científica "Pediatrics".
      De acordo com a associação, 90% das crianças de até dois anos nos EUA assistem TV com frequência. Em menos da metade das vezes, essa atividade é feita na companhia dos pais.
       A hipótese dos cientistas é que mesmo quando os pais estão junto na sala de TV, o aparelho atrapalha as relações sociais em família -principalmente se o programa assistido for para adultos.
      O Brasil não tem recomendações explícitas como as americanas. Mas de acordo com o neurologista Saul Cypel, membro da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), por aqui também se prega que crianças pequenas devem ficar longe da TV.
      "O ideal é que o bebê estabeleça relações. Mas crianças pequenas não interagem com mídias", explica Cypel.
      "Às vezes os pais estão cansados e buscam desenhos para distraí-las. Mas, nessa idade, as crianças querem brincar com coisas simples como tubinhos e caixinhas."

MAIS MÍDIAS
     
       Em 1999, a Associação Americana de Pediatria já havia sugerido que crianças com menos de dois anos ficassem longe das TVs. Mas desde então a quantidade de mídias aumentou muito.
       A ideia agora é reforçar que a exposição de crianças pequenas a esse tipo de entretenimento tem efeitos mais negativos do que positivos e dar conselhos aos pais.


Fonte: Folha de S. Paulo de 18 de outubro de 2011.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A Idade do Besteirol

Li, outro dia, que Arthur Koestler calculou que no século XVIII a humanidade dispunha de um grande pensador ou um grande escritor para cada 50 mil habitantes. Hoje, ela não terá mais de um para cada 200 milhões de viventes.

Contrariando todas as previsões erguidas no século XIX, a velocidade e amplitude da produção e distribuição de riquezas, em vez de nos darem asas, fizeram-nos pedestres morais e intelectuais, soldados de infantaria a rastejar no deserto, envolvidos, quando muito, em pequenas escaramuças de circunstância.

Entramos no século XXI angustiados pelo destino sem grandeza que é a marca de nosso tempo. Nem por isso conseguimos escapar facilmente da servidão ideológica que a sociedade industrial nos impôs. Sucumbimos às evidências e às tentações do progresso material e nos recusamos a questionar o empobrecimento da vida intelectual que patina no lamaçal da bricolagem pós-moderna.

Ninguém, em sã consciência, põe em dúvida as vantagens que as descobertas científicas proporcionaram. A medicina avançou em algumas áreas e com ela a expectativa de vida da maioria dobrou. Agora o homem vive mais e dispõe de mais tempo para o ócio criativo, mas prefere gastá-lo no consumo conspícuo da cultura de baixa densidade.

As comunicações tornaram-se virtualmente instantâneas e compulsórias, além de universais, o que ampliou o mercado de ilusões e expectativas. O mundo contemporâneo, com sua classe média emergente, tornou-se ávido pelo besteirol produzido incessantemente pelos meios de comunicação. Besteirol que constitui 99% do acervo da internet, a fonte mais consultada para esclarecer dúvidas da manada.

Um operário qualificado de hoje vive com muito mais conforto e higiene que os membros da corte de Luís XIV. Que dizer da vida de um camponês da primeira metade do século passado se comparada com a do homem do campo em nossos dias.

Também houve avanços na tolerância. Barreiras milenares de censura, restrições morais e policiais caíram até o limite vizinho da extinção. Preconceitos antigos que regiam o comportamento das pessoas desapareceram em proveito da liberdade.

Resultado da farta produção e distribuição de bens materiais, saltamos da pós-barbárie para a vida moderna. Nem tudo, entretanto, são flores. Mas é preciso perceber que há um terreno em que as virtudes da moderna tecnologia mostraram-se pouco eficazes e até contraproducentes. É o da criação intelectual, que perdeu em quantidade e até em qualidade. Atrofiou-se.

Ora, pois, a demanda cresceu, a produção encolheu, a solução do século foi mediocrizar para atender às expectativas da maioria. Basta ver as nossas universidades. De centros de produção do saber passaram a produtoras em massa de técnicos de baixa extração.

O que faz sucesso é a mediania. O que a massa exige não é a grandeza, o gênio criador ou até a incômoda dimensão heróica de outras épocas. A originalidade não tem valor, o que vale é a moda. As pessoas se identificam pelas grifes e se dão a todo tipo de vulgaridade, inclusive na cama.
E chamam isso de felicidade.

Fonte : Fabio Campana da Revista Ideias